Cólica ou Algo Mais? Aprenda a Diferenciar Sinais de Alerta no Recém-Nascido

Nos primeiros meses de vida, um dos desafios mais comuns e estressantes para pais e cuidadores é lidar com o choro intenso dos bebês.

As cólicas em recém-nascidos são extremamente frequentes e costumam aparecer por volta da segunda ou terceira semana de vida, atingindo seu pico entre a sexta e oitava semanas.

O bebê, ainda com um sistema digestivo imaturo, manifesta desconforto com choros prolongados, movimentos de flexão das perninhas e rosto avermelhado.

Para quem está cuidando, essas situações podem ser muito angustiantes, especialmente para pais de primeira viagem que ainda estão se adaptando à rotina de cuidados.

Ao mesmo tempo, nem todo choro é cólica. É justamente nessa fase que surgem dúvidas, inseguranças e medos: será que meu bebê está apenas com gases ou pode ser um problema mais sério? Condições como refluxo, intolerâncias alimentares, alergias ao leite de vaca, infecções urinárias e outros problemas podem gerar sintomas semelhantes aos da cólica.

Essa incerteza gera ansiedade, pois ninguém quer ignorar um sinal de alerta que possa indicar algo grave. Com tantas informações disponíveis, é fácil ficar perdido entre conselhos populares, dicas de familiares e orientações médicas, muitas vezes conflitantes.

Por isso, entender como diferenciar a cólica típica dos sinais de alerta é essencial para proteger a saúde do bebê e garantir tranquilidade para a família. Este artigo vai mostrar, de forma clara e detalhada, como reconhecer os sintomas comuns de cólica no recém-nascido, quais situações exigem atenção médica e quais hábitos podem ajudar a aliviar o desconforto do bebê sem recorrer a medidas arriscadas.

Ao longo do texto, você vai encontrar orientações práticas, descritas em linguagem simples, para que possa interpretar melhor o choro do seu filho e se sentir mais seguro nas suas decisões diárias.

O que é cólica em recém-nascidos e por que acontece

As cólicas do recém-nascido são definidas como episódios de choro intenso, aparentemente sem causa aparente, que ocorrem por pelo menos três horas por dia, em três ou mais dias da semana, geralmente no final da tarde ou à noite. É um quadro autolimitado, comum em bebês saudáveis, e não representa doença.

A principal causa é a imaturidade do sistema gastrointestinal e nervoso. O bebê ainda não produz enzimas digestivas em quantidade adequada, o que dificulta a digestão do leite e aumenta a formação de gases. Além disso, o peristaltismo intestinal é irregular, provocando movimentos descoordenados que geram dor e desconforto.

Outros fatores podem contribuir, como deglutição de ar durante a amamentação, excesso de estímulos, alterações na microbiota intestinal, alergias alimentares e até mesmo ansiedade dos cuidadores.

Por isso, cólica em recém-nascido não é culpa dos pais. É uma fase normal do desenvolvimento infantil que, embora angustiante, tende a melhorar espontaneamente por volta dos três a quatro meses de vida.

Sinais típicos de cólica no recém-nascido

Para identificar se o bebê está com cólica, observe os seguintes sinais clássicos:

  • Choro intenso e inconsolável, geralmente no final da tarde ou noite.
  • Perninhas flexionadas em direção ao abdômen, punhos cerrados e rosto avermelhado.
  • Barriguinha dura ou distendida, indicando gases acumulados.
  • Choro que melhora temporariamente após evacuar ou eliminar gases.
  • Episódios repetitivos, mas sem outros sintomas associados (febre, vômitos persistentes, dificuldade para mamar).

Quando esses sinais estão presentes isoladamente, é muito provável que se trate de cólica fisiológica, típica do recém-nascido saudável.

Sinais de alerta: quando o choro não é só cólica

Nem todo desconforto abdominal no bebê é cólica. Existem sinais de alerta que exigem avaliação médica imediata:

  • Febre acima de 37,8°C ou hipotermia (abaixo de 36°C).
  • Vômitos persistentes, principalmente com aspecto esverdeado.
  • Sangue nas fezes ou diarreia frequente.
  • Recusa alimentar, dificuldade para sugar ou perda de peso.
  • Letargia ou sonolência excessiva.
  • Choro muito agudo ou estridente, diferente do habitual.

Esses sintomas podem indicar condições como refluxo gastroesofágico patológico, alergia à proteína do leite, infecções urinárias ou gastroenterites. Reconhecer essas diferenças ajuda a agir rapidamente e evitar complicações.

Como aliviar as cólicas e ajudar o bebê a eliminar gases

Existem diversas medidas naturais e seguras para aliviar cólicas e gases no recém-nascido:

  • Massagem abdominal suave: movimentos circulares no sentido horário ajudam o intestino a trabalhar e expelir gases.
  • Exercício de bicicletinha: com o bebê deitado, movimente suavemente suas perninhas como se pedalasse, estimulando a eliminação de gases.
  • Banho morno: relaxa a musculatura abdominal e acalma o bebê.
  • Colo e contato pele a pele: o aconchego do cuidador transmite segurança e reduz a percepção da dor.
  • Posição adequada após as mamadas: manter o bebê ereto por alguns minutos ajuda a reduzir gases.

Essas práticas, realizadas com regularidade, aliviam o desconforto sem necessidade de medicamentos.

Alimentação da mãe e impacto nas cólicas

Para bebês amamentados exclusivamente, a dieta da mãe pode influenciar na intensidade das cólicas. Alimentos como leite de vaca, feijão, brócolis, repolho e alimentos ultraprocessados podem aumentar gases no bebê. É importante conversar com o pediatra antes de fazer restrições drásticas, mas observar possíveis correlações ajuda a identificar gatilhos individuais.

Posições que aliviam cólicas

Algumas posições ajudam a aliviar as cólicas e gases:

  • Bebê de barriga para baixo no antebraço do cuidador (posição de cavalinho).
  • Bebê deitado de lado com supervisão, massageando suavemente o abdômen.
  • Bebê ereto no colo, com a barriguinha encostada no peito do cuidador.

Essas posições aumentam o conforto e facilitam a eliminação dos gases.

Quando e como usar medicamentos

Medicamentos como simeticona ou gotas antigases só devem ser utilizados sob orientação médica. Embora sejam amplamente prescritos, cada bebê responde de forma diferente e o uso indiscriminado não é recomendado. A prioridade deve ser sempre métodos naturais e ajustes de rotina.

Conclusão

A cólica em recém-nascidos é uma condição comum, temporária e autolimitada. Reconhecer os sinais típicos ajuda os pais a lidar melhor com essa fase e a não entrar em pânico diante do choro intenso. No entanto, saber identificar sinais de alerta é fundamental para garantir que não se trata de um problema mais grave. Com informações claras e práticas, é possível reduzir a ansiedade, cuidar do bebê com segurança e atravessar essa fase com mais tranquilidade.

FAQ – Perguntas Frequentes

1. Quais são os sinais de alerta para crises de cólica em bebês?
Quando o choro é diferente do habitual, acompanhado de febre, vômitos persistentes, sangue nas fezes, recusa alimentar ou perda de peso, não é cólica comum e precisa de avaliação médica.

2. Quais são os sinais de alerta para um recém-nascido?
Respiração difícil, pele arroxeada ou muito pálida, sonolência excessiva, dificuldade para mamar, febre ou hipotermia e choro inconsolável diferente do usual.

3. Como posso diferenciar cólicas de gases em um recém-nascido?
Na cólica, o choro é intenso e se repete em horários semelhantes, com pernas flexionadas e abdômen endurecido. Nos gases isolados, o bebê costuma melhorar rapidamente após arrotar ou liberar gases.

4. Como saber se é cólica, gases ou disquesia?
Cólica: crises previsíveis e repetitivas.
Gases: melhora rápida após eliminação.
Disquesia: esforço e choro antes de evacuar fezes normais, mas melhora imediata depois.

5. Como aliviar cólica de RN?
Massagem abdominal no sentido horário, exercício de bicicletinha, banho morno, posição de cavalinho e ambiente calmo ajudam a aliviar o desconforto.

6. O que é a hora da bruxa em bebês?
É o período, geralmente no final da tarde ou início da noite, em que o bebê fica mais irritado, chora mais e parece inconsolável, mesmo saudável.

7. Quais são os sinais de alerta?
Febre, vômitos persistentes, sangue nas fezes, letargia, dificuldade para respirar ou mamar, perda de peso e choro muito diferente do habitual.

8. Quais são os sinais de que um bebê não está bem?
Alteração no padrão de choro, falta de apetite, sonolência excessiva ou irritabilidade extrema, febre, dificuldade respiratória ou alterações na cor da pele.

9. Em que situações um recém-nascido (RN) é considerado de alto risco?
Prematuridade, baixo peso ao nascer, complicações no parto, problemas respiratórios, icterícia intensa ou necessidade de internação em UTI neonatal.

10. Quantas horas dura uma crise de cólica no bebê?
Cada crise pode durar de 30 minutos a 2 horas. O quadro se repete quase sempre no mesmo horário do dia e tende a melhorar com o tempo.

11. Qual a diferença entre cólica e gás?
Cólica é um conjunto de episódios de dor abdominal previsível, enquanto gás isolado é apenas acúmulo de ar que melhora rapidamente após ser liberado.

12. Pode dar Luftal para RN?
Somente se houver orientação do pediatra. Mesmo medicamentos considerados seguros precisam de prescrição para recém-nascidos.

13. Quantos minutos dura uma crise de disquesia?
Em geral dura de 5 a 10 minutos, tempo em que o bebê se esforça, chora e parece ter dor antes de evacuar, mas depois fica bem.

14. Como são as fezes de um bebê com disquesia?
As fezes são normais, com aspecto e consistência adequados para a idade. O desconforto é apenas antes de evacuar, não depois.

15. Como posso saber se meu bebê está com cólica?
Observe se o choro é intenso, ocorre quase sempre no mesmo horário, o abdômen está duro e o bebê flexiona as pernas em direção ao tronco.

16. Como ajudar a RN a soltar gases?
Faça massagem abdominal, exercícios de bicicletinha com as pernas e mantenha o bebê ereto após as mamadas para facilitar a eliminação dos gases.

17. O que é a “regra dos 3” para cólica do lactente?
É o critério diagnóstico: choro intenso por mais de 3 horas por dia, em pelo menos 3 dias da semana, durante 3 semanas consecutivas em um bebê saudável.

18. Qual posição alivia a cólica do bebê?
A posição de cavalinho (bebê sentado no colo, levemente inclinado para frente) e barriga para baixo sobre o antebraço do cuidador ajudam a aliviar e liberar gases.

Posts Similares